Contextualização


A cólera é uma doença tratável, que provoca fortes diarreias e que pode provocar a morte por desidratação, se não for combatida prontamente. Ela é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados, e é exacerbada por falta de redes de saneamento.

De acordo com o mais recente relatório do Ministério da Saúde, com dados de 1 de Outubro de 2023, início do actual surto, até 31 de Março de 2024, as autoridades sanitárias moçambicanas registaram 14.712 casos cumulativos notificados em cinco meses. Dos casos, 4.926 (33,5%) foram reportados na província de Nampula; 2.734 (18,6%), em Tete; 2.402 (16,3%), em Cabo Delgado; 2.282 (15,5%), na Zambézia; 1.571 (10,7%), em Sofala; 428 (2,9%), em Niassa; 320 (2,2%), em Manica e 49 (0,3%), em Maputo (província), com uma taxa de letalidade de 0,2%.

Actualmente, o país conta com surtos de cólera activos nos distritos de Erati, Mecuburi, Nacaroa, Meconta, Angoche e cidade de Nampula (Nampula); Pemba, Metuge, Mecufi e Namuno (Cabo Delgado); distritos de Cahora Bassa, cidade de Tete, Doa, Angónia, Macanga e Marara (Tete); distritos de Gurué e Alto Molócue (Zambézia); distritos de Caia, Chemba, Nhamatanda, Dondo e Cheringoma (Sofala); distritos de Lichinga, Cuamba, Metarica e Chimbonila (Niassa); distritos de Guro, Macossa e cidade de Chimoio (Manica) e no distrito de Moamba (Maputo).

Em Maio último, a Organização Mundial da Saúde alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que mil milhões de pessoas de 43 países podem ser infectadas com a doença. A entidade apontando que, em Outubro, Moçambique (que já vacinou contra a doença 2.268.548 pessoas com mais de 1 ano de idade em quatro províncias de 8 a 12 de Janeiro de 2024) vai estar entre os países de maior risco.