A representante do Centro Internacional de Apoio à Implementação do Plano Estratégico Nacional para o combate ao HIV/SIDA em Moçambique (ICAP), Thaís Ferreira, considera que o medo de serem confundidos com um infectados pelo HIV contribui para que as pessoas desistam da Profilaxia pós-exposição (Prep) do HIV.
Segundo a especialista, que falava esta tarde, no segundo Simpósio das XVII Jornadas Nacionais de Saúde do INS, subordinada ao tema “Prevenção e Cuidados do HIV”, explicou que a profilaxia pós-exposição é a oferta ou toma de medicamentos diários em indivíduos com risco substancial de infecção por HIV.
A palestrante indicou, ainda, que os rumores de que a Prep é portadora do HIV e pode, eventualmente, provocar efeitos secundários, é, igualmente, uma das principais razões da recusa do uso deste procedimento.
Em 2015, a Organização Mundial da Saúde recomendou a Prep como opção adcional de prevenção para pessoas com risco de infecção por HIV e só veio a ser implementado em Moçambique em Outubro de 2017.
De acordo com a especialista, as pessoas estavam determinadas em usar a Prep, pois, haviam encontrado uma outra maneira de prevenir o HIV em caso de risco, contudo, devido ao estigma e discriminação que os infectados por HIV também enfrentam, muitos pacientes interrompem a toma dos medicamentos da Profilaxia pós-exposição.
“ O medo de que as outras pessoas pensem que eu vivo com HIV porque estou a tomar os medicamentos da Profilaxia todos os dias, impede a continuidade deste tratamento. Há rumores de que a Prep é a própria portadora do HIV e causa efeitos secundários, o que contribui para que as pessoas tenham medo de serem confundidas com um HIV positivo”, explicou.
A especialista concluiu a sua intervenção recomendando o tratamento da Profilaxia pós-exposição de forma diária, porém, acompanhado de outros métodos de prevenção como o uso do preservativo e circunsição masculina.
As XVII Jornadas Nacionais de Saúde realizam-se sob o lema “Promovendo a segurança sanitária e o desenvolvimento sustentável através da investigação científica transdisciplinar” e pode ser acompanhado através de plataformas virtuais do INS.