A médica e especialista em pediatria, Maria Grazia, revelou hoje que ocorreram, no ano passado, 150 mil novas infecções pediátricas em 21 países prioritários, com maior foco em Moçambique, Tanzania, Nigéria e África do Sul.
De acordo com a especialista, que tomou parte do segundo Simpósio das XVII Jornadas Nacionais de Saúde, para abordar o tema “ Recém nascidos infectados pelo HIV”, a ONUSIDA e a OMS têm como iniciativa global, a eliminação do HIV pediátrico nos 21 países prioritários, dos quais Moçambique faz parte, garantindo que todas as crianças nasçam livres da doença e cada mulher grávida e lactante com HIV tenha acesso ao tratamento antiretroviral, no entanto, segundo a médica, o sucesso desta iniciativa continua desafiador.
“Só em 2020, 90 por cento das mulheres tinham o seu estado serológico conhecido, 97 por cento destes já recebiam o tratamento antiretroviral, enquanto que 71 por cento das crianças expostas ao HIV tiveram acesso ao diagnóstico precoce. Contudo, a taxa de transmissão foi de 5 por cento nos primeiros 2 meses de vida e 6 por cento até o fim da amamentação”, afirmou.
A palestrante declarou que há mulheres que abandonam o tratamento antiretroviral no período de gestação, o que contribui para o aumento do número de crianças recém-nascidas com HIV/SIDA positivo.
Para este problema, a especialista acredita que oferecer um regime potente de tratamento antiretroviral seja uma solução, pois, mostrou-se “altamente eficaz” para garantir uma alta supressão viral e uma baixa taxa de transmissão da doença, em Moçambique, nos últimos dois anos”, vincou.
“Em Março de 2021, a supressão viral era de 97 por cento nas mulheres grávidas, contudo, continua baixa, havendo a necessidade de disponibizar tecnologias simplificadas, assegurar o diagnóstico e acesso atempado ao tratamento do HIV em mulheres grávidas e lactentes, pois, manter a supressão viral alta depois da gestação continua a ser um desafio para as mulheres grávidas”, concluiu.
As XVII Jornadas Nacionais de Saúde realizam-se sob o lema “Promovendo a segurança sanitária e o desenvolvimento sustentável através da investigação científica transdisciplinar” e pode ser acompanhado através de plataformas virtuais do INS.